quarta-feira, 11 de junho de 2008

Análise de conteúdo

Berelson (1952, 1968) definiu a análise de conteúdo como “ uma técnica de investigação que permite fazer uma descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tendo por objectivo a sua interpretação”.
Bardin (1977) diz que a análise de conteúdo não deve ser utilizada apenas para proceder a uma descrição do conteúdo das mensagens, pois a sua principal finalidade é a inferência de conhecimentos relativos às condições da produção ( ou eventualmente de recepção), com a ajuda de indicadores (quantitativos ou não).

Tipos de Análise de Conteúdo

Segundo Grawitz(1993) existem vários tipos de análise de conteúdo:
Análise de exploração e análise de verificação
Corresponde à distinção entre a análise de documentos que tem como finalidade a verificação de uma hipótese e que conduz à quantificação dos resultados, e aquela cuja finalidade é fundamentalmente explorar.
Análise quantitativa e análise qualitativa
Na análise quantitativa o que é mais importante é o que aparece com mais frequência, sendo o número de vezes o critério utilizado, enquanto na analise qualitativa, a noção de importância implica a novidade, o interesse, o valor de um tema.
Análise directa e análise indirecta
A analise quantitativa utiliza na maior parte das vezes a medida de forma directa. Esta pode incluir unicamente a comparação entre o número de vezes que certos temas, palavras ou símbolos aparecem. Já a analise indirecta é geralmente considerada como característica de uma analise qualitativa.

Etapas da Análise de Conteúdo

Segundo Carmo & Ferreira (1998) as etapas são:
- Definição dos objectivos e do quadro de referência teórico;
- Constituição de um corpus;
Escolha de documentos para análise de conteúdo que deverá ser baseada na exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência.
- Definição de categorias;
Esta definição poderá ser feita a priori ou a posteriori. As categorias deverão ter as seguintes características: exaustivas, exclusivas, objectivas e pertinentes.
- Definição de unidades de análise;
· Unidade de registo
· Unidade de contexto
· Unidade de enumeração.
- Quantificação (não obrigatória);
-Interpretação dos resultados obtidos.

Bardin (1977) considera três fases na análise de conteúdo a saber:
- Pré-análise;
- Exploração do material:
- Tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
O autor diz que na fase da pré-análise o investigador deverá proceder à escolha dos documentos que vão ser sujeitos à análise, à formulação das hipóteses e dos objectivos da investigação e à elaboração de indicadores nos quais se deverá apoiar a interpretação final. Nesta fase também deverão ser determinadas as operações a realizar de divisão de texto, de categorização e de codificação.

Vala (1986) refere que a análise de conteúdo de natureza quantitativa pode tomar três direcções:
a) Análise de ocorrências;
Visa determinar o interesse da fonte por determinados objectos ou conteúdos.
b) Análise avaliativa;
É o estudo das atitudes da fonte relativamente aos objectivos, recorrendo a uma escala de atitudes.
c) Análise estrutural.
Visa fazer inferências sobre a organização do sistema de pensamento da fonte implicado no discurso que se pretende estudar.
Carmo, H. & Ferreira, M.M. (1998). Metodologia da investigação: Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta

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