segunda-feira, 30 de junho de 2008

11- Reflexão e análise do percurso realizado. Avaliação do mesmo.

Chegámos ao final do segundo semestre da parte curricular do nosso mestrado e por conseguinte, ao encerramento do nosso Webfólio. Este facto, pressupõe uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido e as aprendizagens efectuadas, no âmbito da Unidade Curricular.

Inicialmente tivemos algumas dificuldades na elaboração do portfólio em formato de Blog. Foi uma novidade para nós a construção deste tipo de instrumento e depressa nos deparámos com as nossas limitações, pois não detínhamos habilidades suficientes para o construirmos de forma autónoma. Valeu-nos as orientações das Professoras e dos colegas, sem as quais seria muito difícil a construção deste instrumento de avaliação. Foi um fazer e refazer constantes que nos permitiu desenvolver os procedimentos básicos, ficando a certeza de que muito temos a aprender. Também ficámos com a certeza de que este tipo de instrumento não permite que o mesmo seja “relegado” para segundo plano, pois corremos o risco de não estarmos em sintonia com os temas quando estes estão a ser abordados na Unidade Curricular. O factor tempo é crucial e a sua actualização tem de ser constante.
Por outro lado, deu-nos imenso prazer desenvolver este Blog e ficou o “bichinho” que nos vai levar ao aperfeiçoamento deste instrumento para podermos melhorar as nossas habilidades e posteriormente o utilizarmos com os nossos alunos.

Os conteúdos abordados no Webfólio procuraram seguir a sequência expressa na Unidade Curricular, evidenciando alguns aspectos que achámos relevantes para enriquecer a nossa aprendizagem.
De todas as temáticas abordadas a que mais dificuldade nos suscitou, foi a análise dos problemas inseridos na temática da Análise de Dados em investigação. Assunto este, que ainda vai merecer algum investimento da nossa parte.
Em termos gerais, pensamos que o trabalho que desenvolvemos com este Webfólio, foi razoável e permitiu construir gradualmente a nossa aprendizagem aumentando os nossos conhecimentos. Por outro lado, permitiu também, uma reflexão e um questionamento constante sobre o trabalho produzido e as aprendizagens realizadas.
Para finalizar, resta agradecer às Professoras: Drª Alda e Drª Luísa pela forma como orientaram os trabalhos e aos colegas pela disponibilidade e ajuda a quando da construção do blog.
A todos um bem-haja e até breve.

10- Reflexões sobre as actividades e discussões em que participámos.

O trabalho desenvolvido nesta unidade curricular, passou por três fases: trabalho em equipa, trabalho em grande grupo e trabalho individual.

Na realização do trabalho em equipa, integrámos a Equipa Laranja, o que foi muito estimulante e enriquecedor para nós.

Em relação ao primeiro ponto analisámos os paradigmas e métodos de investigação em educação e as etapas principais do processo de pesquisa.
Após as leituras individuais dos recursos disponibilizados e da análise da dissertação de mestrado, fomos organizando as ideias e os apontamentos de forma a poder contribuir para o trabalho em equipa que tinha como propósito a construção de um guião das etapas de investigação. Procurámos contribuir ao máximo para as actividades do grupo, participando nas discussões e dando sugestões tendo em vista a realização de um trabalho de qualidade.
A nível das participações nas discussões em grupo alargado, temos a referir que participámos em todas, sempre que nos foi possível, procurando reflectir sobre os temas em discussão, contribuindo para o seu enriquecimento. Também é de referir que respondemos às questões colocadas pelos colegas sobre o trabalho realizado pelo grupo. Penso que o grupo conseguiu produzir um trabalho com alguma qualidade, apesar das “gralhas”.

Em relação ao tema dois “ O Processo de recolha de dados, o questionário e a entrevista.” Esta actividade centrava-se: numa primeira fase, na elaboração em conjunto de um esquema gráfico exemplificativo do planeamento de um questionário e numa segunda fase na reflexão sobre a construção de um guião de entrevista, assim como os procedimentos a adoptar na sua aplicação. Em ambas as tarefas promoveu-se o trabalho colaborativo.
Partimos da análise das teses para a discussão das mesmas à luz das propostas orientadoras do trabalho. Procurámos contribuir ao máximo para as actividades do grupo, participando nas discussões. Procurámos informação relevante sobre os temas em discussão, de forma a enriquecer o trabalho. A nível das participações nas discussões em grupo alargado, temos a referir que sempre que foi possível, participámos em todas, procurando reflectir sobre os temas em discussão e sobre as questões colocadas pela Professora Alda que foram bastante pertinentes levando ao aprofundamento do tema e ao esclarecimento de certos conceitos relevantes para o estudo. A questão que mais discussão suscitou foi “Hipóteses sempre?” o que fez surgir “mais do que uma acepção para o conceito de hipótese” e a intervenção sempre oportuna da Professora Alda no sentido de orientar a discussão sempre que esta “cristalizava”.
É de salientar o comentário da professora ao trabalho realizado pelos grupos, que veio a constituir um documento de referência para trabalhos futuros.
Por fim, o grupo elaborou uma matriz exemplificativa do guião de uma entrevista semi-estruturada que foi disponibilizada no fórum "Recolha de dados II". Para de seguida ser discutida em fórum alargado à turma, juntamente com as dos outros grupos. Como sempre, procurámos contribuir ao máximo para as actividades do grupo, participando nas discussões e dando sugestões tendo em vista a realização de um trabalho de qualidade. A nível da participação conjunta para a construção da matriz do guião da entrevista semi-estruturada, temos a referir que esta foi pouco ou nada significativa, pois a mesma coincidiu com outras actividades e entregas de trabalhos em outras UCs o que dificultou a concentração e o empenho que esta actividade merecia.

Em relação ao tema três foi-nos proposto o estudo do método de investigação-acção de modo inteiramente livre, tendo o cuidado de reflectirmos sobre o método de investigação-acção, encontrando as vantagens e desvantagens e os passos determinantes do mesmo. Assim, e após as leituras individuais dos recursos disponibilizados e da análise da dissertação de mestrado, fomos organizando as ideias e os apontamentos de forma a podermos contribuir para a discussão no grande grupo, contribuindo para o processo de aprendizagem, quer individual quer do grupo. Procurámos informação relevante sobre o tema e partilhámos com a turma, tendo em vista o aprofundamento do tema. Depois de concluído o estudo deste tema, ficou um gosto especial por esta metodologia de investigação.

Em relação ao tema quatro” A análise de dados em investigação educacional”, foi desenvolvido individualmente e foi por nós considerado um dos temas mais difíceis de abordar, facto que deixámos expresso na nossa intervenção no fórum. Após as leituras individuais dos recursos disponibilizados, da análise da dissertação de mestrado, fomos organizando as ideias e os apontamentos tendo em conta: análise quantitativa de dados e análise qualitativa de dados para de seguida reflectirmos sobre a relação entre os objectivos de uma investigação, as técnicas de recolha de dados aplicadas e as técnicas de análise adequadas.

Por fim, abordámos o último tema proposto “Questões éticas em investigação” que foi realizado em discussão livre e moderada pelos participantes. Após as leituras individuais dos recursos disponibilizados e de outros por nós encontrados, fomos organizando as ideias e os apontamentos de forma a participarmos nas discussões, procurando contribuir para o processo de aprendizagem, quer individual quer do grupo. Este assunto é polémico e está envolto em dilemas geradores de algumas controvérsias e discussões nas comunidades científicas.

Para finalizar, temos a referir que durante a nossa aprendizagem, procurámos dar o máximo em todos os trabalhos em que nos envolvemos, mas ficou a sensação de que poderíamos ter feito mais e melhor, mesmo assim, consideramos que fizemos muitas aquisições e que estas nos poderão ser úteis num futuro próximo.

9- O papel do investigador (observação Participante e não participante)

A observação é encarada como um conjunto de utensílios de recolha de dados e um processo de tomadas de decisão (Evertson e Green, 1996). Estas investigadoras identificam quatro tipos principais de registo e de gravação dos dados na fase da observação. São eles: os sistemas categoriais, descritivos, narrativos e tecnológicos.Os sistemas categoriais são considerados fechados uma vez que as unidades de observação são sempre pré-definidas. Reflectem as atitudes filosóficas, teóricas, empiricamente deduzidas ou formadas a partir da experiência pessoal do investigador (Evertson e Green, 1986, p.169).Num sistema fechado, o observador está limitado unicamente ao registo dos itens que surgem na lista das variáveis previamente definidos, enquanto que num sistema aberto ele apreende aspectos mais alargados do contexto.Os sistemas descritivos “tendem a basear-se numa análise retrospectiva de acontecimentos já registados. (…) Além disso, os sistemas descritivos encontram-se intimamente ligados aos registos de tipo tecnológico” (Evertson e Green, 1986, p.177).Os sistemas narrativos, baseiam-se na elaboração de um registo escrito dos dados numa linguagem corrente do quotidiano. Este registo pode fazer-se no momento da observação de um acontecimento ou de um desenrolar de um conjunto de acontecimentos que decorreram num período de tempo.Os sistemas tecnológicos de registo de dados são os mais abertos e normalmente surgem em complementaridade com os outros tipos de sistemas. Este sistema pode ser utilizado in situ, ao mesmo tempo dos outros sistemas, ou pode ser um registo ao qual os outros sistemas se venham a aplicar (Evertson e Green, 1986, p.180). A principal vantagem de um sistema tecnológico é a de garantir a conservação intacta da informação.

Segundo o grau de participação do pesquisador, a observação pode ser:
Participante
Não Participante

Na observação participante, é o próprio investigador o instrumento principal de observação. Ele integra o meio a investigar, “veste” o papel de actor social podendo assim ter acesso às perspectivas de outros seres humanos ao viver os mesmos problemas e as mesmas situações que eles. Assim, a participação tem por objectivo recolher dados (sobre acções, opiniões ou perspectivas) aos quais um observador exterior não teria acesso. A observação participante é uma técnica de investigação qualitativa adequada ao investigador que pretende compreender, num meio social, um fenómeno que lhe é exterior e que lhe vai permitir integrar-se nas actividades/vivências das pessoas que nele vivem.
A este propósito Bogdan & Biklen (1994) referem que “Os investigadores qualitativos tentam interagir com os seus sujeitos de forma natural, não intrusiva e não ameaçadora. (...) Como os investigadores qualitativos estão interessados no modo como as pessoas normalmente se comportam e pensam nos seus ambientes naturais, tentam agir de modo a que as actividades que ocorrem na sua presença não difiram significativamente daquilo que se passa na sua ausência” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 68).

Na observação não-participante, o investigador não interage de forma alguma com o objecto do estudo no momento em que realiza a observação, logo não poderá ser considerado participante. Este tipo de técnica, reduz substancialmente a interferência do observador no observado e permite o uso de instrumentos de registo sem influenciar o objecto do estudo.

http://claracoutinho.wikispaces.com/T%C3%A9cnicas+de+recolhas+de+dados
Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora.

CARMO, H e FERREIRA, M. M.(1998) Metodologia da Investigação guia para a auto - aprendizagem, Lisboa, Ed. Universidade Aberta

domingo, 22 de junho de 2008

Questões Éticas II

Como já vimos noutra unidade curricular, as questões éticas são de grande complexidade. No que concerne à investigação o problema acentua-se e faz surgir vários dilemas.
O primeiro dilema tem a ver com a relação do investigador com os participantes e os deveres e direitos dos dois papéis em jogo e levanta as seguintes questões:
a) O direito dos sujeitos à verdade para poderem decidir se quer ou não que os seus pensamentos, comportamentos, memórias ou até mesmo a sua intimidade sejam expostos;
b) O dever do investigador de construir conhecimento;
c) Que direito têm os investigadores de divulgarem os dados que foram identificados e sujeitarem-nos à interpretação, até mesmo de quem lê a publicação, sem que previamente os participantes tenham dado consentimento explícito sobre aquilo que era objecto de estudo (os valores, as concepções, as memórias, etc.) ?
d) O que poderá/deverá ser dito aos participantes sobre a investigação que se vai desenvolver, em relação ao desenvolvimento do estudo e em relação à divulgação de resultados?
e) Que tipo de dados podem ser recolhidos e disseminados sem "devassar a intimidade" dos participantes?
f) E que protecção deve ser dada aos participantes, de forma a que não sejam goradas as expectativas da investigação nem que os sujeitos se sintam enganados?
O segundo dilema tem a ver com a imagem que é criada pela investigação ao serem reportados os resultados e as conclusões pelas implicações políticas, sociais e na identidade social de um grupo ou de um indivíduo aquando da apresentação dos resultados e levanta a seguinte questão:
a) Será que estas implicações devem ser previstas, endereçadas aos participantes e contempladas no próprio estudo?
Os riscos da investigação devem ser explícitos e nem sempre é possível prevê-los. Deste modo, existe a necessidade de resolvermos estes dilemas através do bom senso e da negociação e de reflectirmos diariamente sobre as implicações sociais e individuais da investigação educacional em que estamos envolvidos.

BRANCO, I., OLIVEIRA, I., (1995) A ética é estar à altura das situações? In Quadrante, Vol. 4. W 2,1995

8- Questões Éticas I

Pensamos que quem faz investigação deve ter presente um conjunto de princípios (valores) que sejam reconhecidos pela comunidade científica como importantes e que orientem o desempenho do investigador. Isto poderá contribuir para a formação da identidade profissional e de uma prática investigativa de maior qualidade. Uma das questões que se levanta, e que em nosso ver é muito importante para qualquer investigação, prende-se com os direitos e os deveres dos implicados no processo investigativo: o investigador e o participante, assim como as relações que se podem estabelecer entre eles que poderão vir a comprometer ou não a investigação.
Na fase da recolha de dados e de acordo com Carmo & Ferreira (1998:265) o investigador deve ter presente alguns princípios éticos que o obrigam a:
- Respeitar e garantir os direitos daqueles que participam voluntariamente no trabalho de investigação;
- Informar os participantes sobre todos os aspectos da investigação;
-Manter total honestidade nas relações estabelecidas com os participantes;
- Aceitar a decisão dos indivíduos de não colaborarem ou desistirem;
- Estabelecer um acordo com o participante de forma a que fiquem explicitas conjuntamente as responsabilidades do investigador e do participante;
- Proteger os participantes de quaisquer danos ou prejuízos que possam decorrer do resultado dos dados;
-Informar os participantes dos resultados da investigação;
-Garantir a confidencialidade da informação obtida, salvo os que não se opuserem;
-Solicitar autorização das instituições a que pertencem os participantes de forma a que estes possam colaborar no estudo;
Já na fase final, quando apresenta publicamente o relatório da sua investigação, o investigador deve ter presente os seguintes princípios que o obrigam a:
- Fazer uma rigorosa explicitação das fontes utilizadas;
-Ser autentico na redacção do relatório, no que respeita aos resultados que apresenta e às conclusões a que chega;
- Fidelidade em relação aos dados recolhidos e aos resultados a que chega;
- Não enviesamento das conclusões.

Carmo, H. & Ferreira, M.M. (1998). Metodologia da investigação: Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta

quarta-feira, 18 de junho de 2008

7- Validade e Fiabilidade da Investigação

Em educação é fundamental que todo o investigador se preocupe com a questão da fiabilidade e validade dos métodos a que recorre sejam eles de cariz quantitativo ou qualitativo, porque, tal como referem Morse et al, (2002: enum) sem rigor a investigação “não tem valor, torna-se ficção e perde a sua utilidade”.

No processo de pesquisa, as estratégias de verificação que asseguram ao mesmo tempo a fiabilidade e validade dos processos de recolha de dados são as seguintes:

1. Coerência metodológica (methodological coherence)
2. Adequação da amostragem teórica (theorical sampling e sampling adequacy)
3. Processo interactivo de recolha e analise de dados (analytic stance)
4. Pensar de forma teórica (thinking theorically)
5. Desenvolvimento de teoria (theory development)
O objectivo da coerência metodológica enquanto estratégia de verificação é assegurar uma articulação correcta entra a questão de investigação e os procedimentos metodológicos.
Em relação à amostra esta tem de ser apropriada, composta pelos participantes que melhor representam ou melhor conhecem o tópico sobre o qual incide a pesquisa. Isto assegura a eficiência e uma saturação efectiva das categorias com uma qualidade óptima do poder informativo dos dados e um mínimo de perdas.
No que concerne ao terceiro aspecto, só recolhendo, analisando e confrontando dados concorrentes é possível conseguir uma interacção mútua entre o que é conhecido e o que precisa de se conhecer. Esta interacção entre os dados e a análise é a essência para se atingir a fiabilidade e validade dos resultados de uma pesquisa de cariz qualitativo.
O quarto aspecto a considerar é a capacidade de se pensar de forma teórica. As ideias emergem dos dados e são reconfirmadas por novos dados; isto dá origem a novas ideias que, por sua vez, tem de ser verificadas em dados já recolhidos.
Por último desenvolver teoria implica progredir com sensatez entre a perspectiva micro dos dados para uma compreensão macro de tipo conceptual/teórica. Neste processo a teoria desenvolve-se através de um duplo mecanismo: 1) como resultado do processo de pesquisa e não como o referencial para a análise a ser desenvolvida; 2) como um termo de comparação que permite o desenvolvimento de novos postulados/conceitos.
Na perspectiva de Morse et al (2002) as estratégias de verificação devem acompanhar de forma cumulativa e interactiva o desenrolar de um estudo qualitativo no sentido de assegurarem
o seu rigor e qualidade científica.

http://faadsaze.googlepages.com/Aqualidadedainvestigaocientfica.pdf

domingo, 15 de junho de 2008

Análise de Dados - Análise quantitativa e qualitativa

Após a revisão de fontes teóricas e da posterior discussão sobre métodos quantitativos e qualitativos de análise de dados, propomos o encerramento da temática de "Análise de dados" com o presente fórum. Pretende-se que esta discussão constitua um espaço de síntese das ideias fundamentais tratadas nos dois fóruns anteriores. Assim, os desafios que colocamos é o seguinte:
"Quais são as diferenças fundamentais entre os métodos de análise quantitativa e qualitativa de dados e qual a sua relevância para a coerência e consistência da investigação em educação?"

A diferença entre métodos qualitativos e quantitativos foi, por algum tempo, motivo de discussão sobre os argumentos de que um método seria mais importante, mais científico ou mais eficiente do que um outro. Porém, a necessidade de compreender os problemas complexos de pesquisas e aplicações, fez-se necessária a aceitação de ambos os métodos. Assim, enquanto os métodos qualitativos se focalizam na determinação da validade da investigação, os métodos quantitativos investigam uma maior variedade de fenómenos e determinam a confiabilidade das medidas adoptadas, o que possibilita a generalização dos resultados. Por outro lado, os métodos quantitativos permitem a aquisição de uma quantidade substancial de informação em tempo limitado (são abrangentes, horizontais), enquanto os métodos qualitativos possibilitam o aprofundamento dos aspectos investigados (são focalizados, verticais).
A confiabilidade de um método pode ser medida a partir da consistência com que a aplicação repetitiva do método, em situações análogas, produz resultados similares. Isto é, a confiabilidade de um método é maior quando, depois de repetidos usos, menor for a variação dos resultados que possa ser atribuída ao método utilizado. Portanto, o uso simultâneo de múltiplos métodos é necessário para ressaltar a validade dos resultados e afirmar a confiabilidade, credibilidade e qualidade da pesquisa. A partir de testes de validade e confiabilidade, é possível alcançar um maior grau de intersubjectividade entre as pesquisas realizadas, assegurando que os pesquisadores estão “utilizando uma mesma linguagem” .
A aplicação de vários métodos para a colecta de diferentes tipos de dados sobre um mesmo fenómeno, também denominada de triangulação, permite contrabalançar os desvios/tendências existentes em um método, com os desvios dos outros métodos utilizados, já que se pode assumir que as técnicas utilizadas, com cada método, apresentam diferentes desvios.
Podemos, assim, dizer que todos os métodos possuem pontos fortes e fracos e que as suas aplicações dependem, fundamentalmente, das características dos problemas abordados pela pesquisa e das características próprias da pesquisa.

Lay, M. C. D. ; Reis, A. T. L.(2005) Análise quantitativa na área de estudos ambiente-comportamento. Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 21-36.